domingo, 21 de março de 2021

Saudade da brisa do mar

 Olá Pessoal.

No meu caso, até tenho levado com alguma maresia, tenho o privilégio de a conseguir sentir, vou relatar uma pescaria , a ultima feita com o meu amigo Marinho, a long time ago, uma ilhada bem curtida por nós os dois, dia quente de verão, pranchas na água com nevoeiro serrado matinal e toca de remar, saltamos para uma ilha e caminhada na mesma para entrar novamente na água para remada final até ao destino que poucas vezes vamos lá, pois é preciso mar mesmo manso para pescar neste pesqueiro de excelência aqui de Sines, ilha longe e só mesmo os locais percebem qual o mar e maré que dá para estar lá descansado e não ter dissabores.


Conto esta história, pois está bem fresca na memória, apenas tenho uma foto desse dia, mas queria registar esta ilhada com o meu amigo Mário, pois já dá saudades fazer um dia de pesca com ele, sempre boa onda, tranquilo e quando nos juntamos os sargos até voam, eheheheheh, fazemos uma equipa forte se não dá um com eles, dá o outro e é raro não trazermos bons sargos, pois vamos falando e quando um acha o sitio que eles estão a mariscar, dividimos as capturas, a partilha de informação nesta pesca torna-a ainda mais produtiva.


Primeiro fomos apanhar uns percebes unha a unha, daqueles perdidos de excelente qualidade, esta pedra tem marisco de excelência, mesmo numa altura que já passaram lá muitos mariscadores (meio do verão) com calma apanha-se bom marisco, eu pessoalmente vou mariscando e aproveitando a escolha (percebe mais pequeno que veem junto aos maiores) para iscar, tenho uma bolsinha de cintura que estando cheia, dá para fazer a pesca ao sargo.

A foto de cima é a tal do dia da história, eu tenho mais prática do que o Mário, e enquanto ele preparava o material, com a mestria dele, eu estiquei a minha cana sargueira pré histórica, chumbica de 3 gramas empato um anzol e vá de começar a procura deles.

Disse ao Mário, despacha-te que eu faço 10 kg e vou embora, ahahahahah, e não espero por ti, 6 lançamentos 6 sargos daqueles palmeiros da grelha, se o Marinho duvidava que eu faria 10 kg e pirava-me, mudou logo de ideia e começou logo também a virar neles, com a maré a subir começaram a entrar uns dentuças quileiros de respeito, ambos fizemos belas pescas, o Marinho para mim fez a melhor pesca do Ano dele, apanhou um lote de sargos espetacular, comprida a lei, lá viemos os dois com a cota de sargos permitida por a mesma.


Neste dia deixei fugir uma boa dourada, depois de a cansar e ter conseguido a puxar para a parte traseira da ilha, ela já deitada na pedra de lado, desferrou e veio uma chapinhada de mar e lá foi a vida dela , no dia seguinte apanhei uma, e juntei na grelha a umas cavalas escaladas ( que eu adoro ) tem que ser é acabadas de apanhar.

Muito peixe eu comi este verão, quando o mar está forte e predomina o vento norte por aqui, o que costuma ser as vezes uma semana seguida, pego no barco e com um aparelho apanho uns carapaus e umas cavalinhas só mesmo para a grelha, bem falando em barco o gajo já deve ter os pneus em baixo de não andar, eheheheheheh, bem não vou falar da pandemia, senão vou chamar nomes a DGRM, que é como fosse uma mãe a abandonar o seu filho ou pior, deixa-lo num caixote do lixo abandonado.


O careca a tentar fazer tubos onde eles não existem, ahahahahahhaha, está praia é mítica, surfar aqui no verão é sempre um prazer onde me faz recordar a juventude, amigo Cris, a praia onde surfamos quando vieste cá no verão, faz umas fotos giras com as ilhas lá atrás :)

Quando finalmente organizei a minha vida e arranjei condições para ter um barquinho, tive que fazer uma cirurgia, que me condicionou, este ano foi o que foi, com os confinamentos mas o barco é mesmo para esta lulas Xl que aparecem aqui em Sines no inverno, Novembro fiz uma semana de luxo, mas foi mesmo essa semana em 2 Anos que pesquei livre, bem fisicamente e com tempo, depois há aquele pessoal que me pede para os levar as lulas, fdx mal eu consegui ir quanto mais levar alguém, fora a despesa que tenho, para o ter estacionado, ainda por cima esta marina é do estado, o que custa ainda mais :(


Para acabar, mariscada diversa, não poderia faltar.

Gostaria de dizer que está quase, mas já perdi a esperança, saúde e paciência para todos. 




segunda-feira, 1 de março de 2021

Robalos depois da seca

 Olá amigos.

Desta vez vou fazer um intervalo aos relatos de verão, e vou contar o único dia que pesquei ao robalo esta época, por norma pesco apenas entre Dezembro e Fevereiro e procuro unicamente robalos grandinhos, não quer dizer que se vier um na medida vai para água, robalo dentro da lei vai para a minha refeição, a época transata "2019"apenas pesquei 2 vezes na companhia do amigo Marinho, que devido a cirurgia que tinha feito estava a 30% fisicamente e só com ajuda dele o consegui fazer, dois chibos o resultado, este ano como todos nós sabemos foi a limitação da pandemia.

Neste dia abri com uma almoçarada:

 Lulas grelhadas escaladas, com uma boa salada e umas navalheiras a acompanhar, a bebida escolhida foi um branco de qualidade , pelo menos para mim ;)

Depois do almoço foi hora de preparar a tralha para passar a noite toda a espera do cabeçudo , fiz uns estralhos bem fortes, não fosse lá um comboio, 2 anos sem sentir um robalo, estava com uma fé do caraças, frio, mar a cair mas forte, davam-me esperança.

A tarde caminhava bem, e tinha combinado numa tasca encontrar-me com o amigo Joni Barca, que vinha de Alcácer ter comigo, amigo de surf e agora com o vicio da pesca, grande camarada mesmo, depois de preparar a bucha para a longa noite e como tinha comido pouco ao almoço, estrelei um ovo com favas e entrecosto com sumo de uva e arranquei com a barriguinha forrada ter com o amigo Joni.


  Encontro na tasca, bebemos um café e um moscatel com cheirinho a pinhal e mar, único por estas bandas e arrancamos rumo ao destino escolhido.

Como ia com tempo, adoro por as pesca a pescar ao cair do sol, tinha dito ao Joni que ia apanhar um robalo no agueiro que me presenteava no meu spot e que estava cá fora antes do sol bater na água, ele não ligou muito, com as 3 canas a trabalhar, tirei um Pragado daqueles do tamanho do prato para livrar a grade.

O sol descia e vi a cana a bater, tal e qual como fazem os cabeçudos, pancada seca e cana com o fio todo bambo, dei uma corridinha com a ansia de sentir um bom peixe finalmente e tal e qual como tinha dito, é bom um gajo por vezes ter este feeling e acertar, sinto que subi um patamar na experiência como pescador, notei que não era o tal que me apetecia sentir, mas já brigava e deu-me uma boa sensação, finalmente tinha matado o chibo robaleiro.

A foto já foi tirada de noite, mas o gajo foi apanhado de dia :)

A noite prometia, com a maré a encher, apanho mais um robalete quileiro, e um carapau que engoliu uma isca robaleira quase do tamanho dele... mas a partir dai com as condições de gala e muita água no pesqueiro, a atividade parou por completo, o amigo Joni com apenas um besugo transmontano, decidiu desistir e rumar a Alcácer, eu como tinha meio litro de tinto e um belo abrigo para a noite húmida, foi petiscando, descansando e vendo as canas durante toda anoite, pois o mínimo de distração as linhas areavam com muita facilidade.

Peixe já tinha para dar uso ao tacho e a grelha.

A noite caminhava para o fim e mesmo estando 8 horas sem sentir peixe, continuava com feeling que ainda poderia entrar um peixe no agueiro, as 6 da manhã quando vi a cana bater, com o cansaço já pensava que era uma visão que estava a ter, pois acontece-me muito isso principalmente quando estou deitado a olhar para as canas, mas depois de segurar a cana, vi que tinha o irmão do 1º robalo na linha, e com tranquilidade veio cá para fora, ao amanhecer tirei também o irmão do Pragado.


Tinha a pesca feita, nenhuma pescaria de sonho, mas passado 2 anos, parecia a melhor pesca da minha vida aos robalos, 3 robaletes 5kg foi ouro sobre azul para o deserto que tinha passado.



Saudinha e muita precaução, vamos ver se as coisas endireitam para voltarmos  a apanhar uns peixes bons, força ai pessoal.