Viva Pessoal.
Mais uma faina aqui narrada, para entretém, fazer sonhar ou dar pica a alguém para uma próxima pesca.
Um dia solarengo em finais de época robaleira, eu e o meu amigo Mário, rumamos a uma praia famosa e com muitas historias já ouvidas de tal local, como em todo os pesqueiros há sempre aquele bocado de areia que não vale nada, o tal que ninguém quer, malta a montes, e espaço a farta para nós.
Aterrei num agueiro gigante quase sem água, mas a maré ia encher e parecia que aquilo tinha bom aspeto.
Como já tem vindo a ser habito, se puder monto uma cana antes do sol bater na água, com uma isca à homem, como já aqui referi, tenho apanhado lindos peixes na hora mágica.
Coisa rápida, 0,50 lá para dentro com um bom anzol, mesmo no agueiro forte, vi que a chumbada se aguentava e balanceava para um lado e par ao outro mantendo a linha esticada, pensei para mim "perfeito, agora é só entrar um cabeçudo no agueiro ao Pôr do Sol"
Viro costas, joelhos na areia a esticar e preparar as outras canas, quando oiço o carreto a cuspir linha, olho para trás e cana dobrada, olho para o agueiro e vejo um robalo a debater-se a tona de água, bem que imagem e que picada, que certamente nunca vou esquecer, pensei de ser um macaco XXl, devido ao aparato.
Um lindo robalo que depois de alguma luta, já estava pronto para foto antes do sol se por na água, peixe quase com 3 quilotes, tinha a pesca já meia feita, Vinha no caminho a dizer ao Mário que queria ter uma cana dentro de água antes do sol se pôr e mais uma vez fui brindado.
A noite caiu e peixe nada, nem tocavam na isca, a maré ia subindo a noite ia ficando fria "como gosto" quando é assim tenho sempre muita fé de aparecer peixe grande, também é para isso que eu pesco nesta altura, ganhei o jeito e não me tenho dado mal.
Nisto apanho um robalo quileiro e a coisa ia animando, poucos mas bons tal como se quer, já com quatro horas de pesca, sai um sargo numa isca de robalo, o magano estava com fome e teve boca para aquilo, lindo peixe com 1,300Kg
O Mário ia trabalhando mas sem sucesso, esta época eu estava imparável, depois de um começo complicado e suado, com muitas horas sem uma escama, andava com sorte, que tanto trabalhei e procurei.
Era meia noite e o Mário já cansado veio ter comigo para arrumar-mos o material, eu pedi-lhe mais meia hora, ia começando a desmontar cana a cana nas calmas, pois era dia de trabalho bem cedo daqui a umas horas, a maré já descia novamente e o mar ganhou tal força que era difícil de passar as ondas que quebravam lá fora, quando tenho uma visão, num set de ondas tinha uma cana a vergar e a sacudir continuamente, com uma violência tal, que me fez arrancar areia fora para a segurar.
Não há palavras para o resto, para virar o macaco para terra tive mesmo que fechar o Drag quase todo e começar a ensinar-lhe o caminho oposto do mar, depois de virar sentido, abri ligeiramente o Drag para uma fugida não esperada por mim e foi rebocar o magano até a escoa forte .
Como os meus chicotes sã feitos por mim e são de 0,50, ao sentir o nó a passar no primeiro passador, é ganhar ali 4 a 5 metros é rezar para não se desferrar na escoa, com corridas vai e vêm a acompanhar o mar, que loucura, em plena noite escura.
Mais um robalão de peso esta época, para meu contentamento.
O sargo no dia seguinte, foi logo escalado para o forno.
Pode-se dizer que fiz um Poker com este quarto peixe, que totalizou um pouco mais de 10Kg de peixe, não se pode pedir mais ao mar:)
Não foi o dia do Mário, eu estava com a leiteira toda mais uma vez, mas não se preocupem que ele no dia seguinte vingou-se, eheheheheheh.
Fiquei com postas para a caldeira a montes:) como gosto
Boas fainas