sexta-feira, 23 de março de 2018

Noite sofrida mas com brinde.

Mais uma pesca dura, nos dias gelados que se fizeram sentir.
Sai de casa já a noite ia a meio, tinha em mente ir a norte para os lados de Santo André, zona onde morei e conheço muitas praias, onde passava o verão na companhia de amigos na galhofa depois de uma caminhada longa pelo pinhal que divide Santo André da Costa, velhos tempos onde não havia muito para fazer em casa, e as ferias eram na rua e na praia.
 
Tinha em mente um spot onde já tinha pescado mas sem sucesso, mas sei que é bom, claro que aquela hora da noite a combinar com o frio, era o único que andava a pesca naquelas bandas.
 
 
Já se aproximava o romper do dia, com as pescas intactas, vi uma cana balançar ligeiramente, sem pressas caminhei para ela, pensei de ser uma baileca perdida que poderia já estar lá algum tempo, pois por norma fico longos períodos sem olhar para as canas, e estava já forrando o estômago para começar a dura tarefa de arrumar o material e seguir caminho.
Quando pego na cana, deu para sentir um bom peixe, que vem vindo sem luta alguma, até ficar com o nariz fora de água, perecia que tinha acordado para a vida e deu-me uma bela luta na escoa, o mar era muito pouco e com alguma facilidade cobrei o peixe para a areia, mais um brinde a hora mágica, as tantas da madrugada.
 
 
O único peixe daquela noite, para não variar só um mas bom, 4 Kg , muitas pesca de um peixe:)
 
Temos varias praias lindíssimas na costa alentejana, spots para o surfcasting a perder de vista, por acaso já aqui pesquei e gradei, mas um dia volto lá.
 
 
Aqui por Sines aquele temporal que arrasou o Algarve aqui também fez moças, como uma parte de Sines esta virada a Sul viu-se ondas onde não é normal, não pensem que esta chover, aquelas ondas quebravam e rodeavam as instalações do SEF e Marina (lojas e recção) e desaguavam na rampa da marina, quem conhece este local, consegue perceber a violência do mar neste dia.
 
 
Claro que aproveitei logo umas postas do rabo do robalote para fazer uma caldeirada
 
 
 
Há que sofrer para apanhar estes maganos, mas vale a pena, mas eu ao pé do mar sofro pouco acreditem, a grades são mais que muitas, e continuo sempre a procura do brinde...
Boas fainas malta.
 
 

domingo, 11 de março de 2018

Um de cada vez

Viva pessoal.
 De volta ao mar depois daquela pesca que vai ficar certamente  para sempre na minha memória, estava com as baterias cheias e preparado para as longas esperas que esta pesca proporciona.
Podem pensar que por vezes há muita atividade no surfcasting, acredito que sim, mas como eu pesco  não tenho tido muita por vários motivos, pesqueiro e iscadas, aposto mais em peixe maior, o certo é que quando a cana dá sinal é peixe bom, ou então é uma longa night gelada:)
 
 
Vou relatar duas pescas idênticas, apostei fazer duas noites em praias diferentes, que nunca tinha pescado, o mar era como eu gosto, pouca força e o frio era imenso, coisa que também gosto, em vez de apostar ao cair da noite, fiz o contrário, sai pela calada ás 2h da manhã, com a estratégia delineada, pescar até ás 6.30h para depois ter tempo para ir a casa lavar tudo e pegar no batente às 8h.
Praia só para mim, adoro, frio a montes e preparado com esperança de bater um cabeçudo à qualquer momento.
Enquanto espero, faço logo uns estralhos extras, para o dia seguinte e levo sempre um petisco e 33cl de vinho tinto para aquecer... a noite gelada corria bem, as canas pescavam o mar prometia, mas peixe nada... nada que me preocupa-se, estava preparado para isso, olho para o telele e vejo que são 6.10 da matina, hora de arrumar a 1ª cana, quando vejo outra cana dar uma pancada seca e ficar a abanar.
 
 
 Pego na cana e vejo que a grade pode estar safa, vi logo que não era um robalo, o peixe corria para a direita à maluca, típico da dourada, no entanto pensei que fosse um sargalhão, mas não, era mesmo uma bela Dourada magra como tudo, com certeza acaba de desovar, mas mesmo assim com 2kg, peixe que gordo era um lindo exemplar, mesmo assim safei a dura noite:)
 
Algures na costa Alentejana
 
No dia seguinte a mesma estratégia, mas a praia foi outra.
Tudo semelhante à noite anterior, pesqueiro a funcionar, pouca atividade e apenas uma pancada seca em toda a noite, onde estrei mais um spot com peixe porreiro.
 
 
Um robalo de 2 quilotes a safar a noite, melhor que nada, um peixe destes para mim é um mimo que o mar me dá.
 
 
O dia seguinte foi de descanso, aproveitei e fiz duas postas escaladas no forno, experimentem assim o peixe no forno para verem a diferença ;)
 
Hoje era esperado uma grande ondulação, não entrou como pensava, mas mesmo assim as ondas quebravam a 1km da costa , a sorte é que as mares eram curtas.
 
Boas fainas.
 

domingo, 4 de março de 2018

A recompensa

Depois de andar a sofrer algumas noites e até de ir comprar peixe para comer, coisa rara na minha vida, pois por norma apanho o meu próprio peixe para consumo a anos com regularidade,  a coisa andava mesmo azarenta, 5 pescarias  2 peixecos de 400g era muito pouco, também o  objetivo era apanhar um bom robalo e pescar para eles, que resumindo põe muito peixe de lado  no surfcasting, são escolhas  que se faz quando um pescador ama mesmo a pesca e não o faz por o fazer ou tirar partido disso.
Num dia daqueles que o frio ao meio da tarde já gelava os bigodes, depois de uma madrugada com a 6ª grade as  costas, digo para a minha mulher, 6 vezes sem nada, deve estar mesmo a acabar esta fase negativa, quando der com um é dos bons.
Ela responde "pois dizes sempre isso e depois não apanhas nada, só dizes isso para ir à pesca" mas eu convicto respondo" hoje é que é, sinto mesmo que hoje  vou apanhar um robalão" mas na realidade sentia mesmo que estava na altura de apanhar qualquer coisa.
O Mário vinha em viagem do algarve e eu  liguei-lhe a dizer que ia a pesca e se desse alguma coisa dava-lhe o toque, estava num pesqueiro a 25 minutos de casa e tinha isca para ele.
Ele só iria ter comigo se apanha-se algum robalo até  a hora de chegar a casa da sua viagem.
 
 
 
Pois preparei as canas  mesmo ao cair a noite,  o sol  já dizia adeus ao dia, quando noto uma cana cambalear para trás, ui ui a esta hora gosto destes toques, vou nas calmas direito a cana e quando pego nela e estico ligeiramente o fio o drag bem aberto dispara de uma maneira que comecei a fecha-lo mas ele continuava a zumbir com um power  inacreditável, tinha um robalão nas unhas, agora era trabalhar o animal a minha maneira, eheheheheh na verdade aperto um bocado com o peixe mas depois na escoa farto-me de trabalhar, é um vai e vem até ter a onda certa para o encalhar cá fora.
Com a batalha vencida, puxo o macaco para junto da  geleira ainda com as pernas um bocado a tremer e ajoelho-me na areia a apreciar um lindo peixe com  um pouco mais de 5 kg e a gozar o momento e adrenalina do sucedido, era para aquilo que tinha lutado as noites todas em vão.
Olho para traz  para gozar o Pôr do Sol mais  o lindo robalo, quando vejo a outra cana praticamente toda dobrada em U, Fod#%$%#%% não acredito, dou uma corrida agarro a  cana e vá de cuspir fio o sacana do carreto, tinha outro peixe de peso nas unhas, tive outra vez que forçar o drag para virar o macaco para terra, o gajo fugia de uma maneira  e uma força dos diabos, mais um robalão para vergar cá para fora, se estava a suar do 1º peixe já  estava em água com este 2º , depois de fazer o trabalho idêntico ao da primeira captura, vergo o sacana numa aberta da escoa cá para fora.
 
 
 
Tinha acabado de gozar os 10 minutos mais intensos de pesca da minha vida, 2 peixes que deram 10.500kg,  foi tempo de abrir uma cerveja e gozar o momento a olhar para estes dois belos peixes, afinal os meus pressentimentos estavam errados não era um, mas dois robalões que não cabiam na geleira.
Telefonei ao Mário e ele pergunta" já pescas?" Eu digo" quando chegares vem para apanhares um macaco dos bons"
Passado uma hora chega o Mário e eu estava sentado na areia com uma cana a pesca  e duas cá fora,  já tinha a pesca feita e estava mesmo só a espera dele, ele só dizia "és doido apanhas dois peixes deste e paras de pescar" " Marinho tenho a pesca feita eu espero que tu apanhes o teu, a mim depois desta leiteira devo estar um mês sem apanhar nada, ahahahaha"
 
O Mário começa a pescar e em meia hora põe 4 bons sargos cá fora, eu  montei uma cana com iscadas mais leves e anzois mais pequenos para os sargos, e nessa cana apanho mais 2 robalos um de quilo e outro de 1,5kg que nem mereceram  foto nesse dia, pois pareciam robaletes.
 
 
 
 
O Mário como estava em forma, não demora e saca um lindo robalo de 3kg, mais os sargos já tinha a pesca composta.
Estava a pesca feita, não valia a pena sofrer, o mar já nos tinha dado o suficiente para aquele dia.
 

 
O pesqueiro, algures de Sines a Troia,  acreditem que se estivesse ocupado este pesqueiro eu iria 1 ou 30 km mais ao lado, pois há 60 km de Costa boa para pescar, é preciso é saber esperar e sofrer um bocado, ou sofrer muito se não gostares de pesca.
 

 Boas fainas