Velhos tempos

   Novembro e Dezembro era mês de grandes noites de lulas, à 20 anos atrás, meses esses mais fortes devido às grandes lulas que vinham desovar junto a costa, Sines como porto natural bem profundo era recheado de vários pesqueiros de grande qualidade, eu e o meu pai, fazia-mos grandes maratonas e fizemos dezenas de pescas de carrego, pena não haver a facilidade de fotografia que há hoje, era a minha pesca de eleição, era completamente viciado.
   Com o desenvolvimento da zona, começaram a  proibir um pesqueiro depois outro, depois mais um molho, mais uma rede e neste momento, há um buraco pescável por aqui, com muita gente presente claro, é triste mas mais meia dúzia de anos não vamos ter onde pescar aqui em Sines as lulas.
   Na altura descobri-mos um buraco mesmo nas barbas de toda a gente onde dava grandes lulas, mas se pescasse-mos na entrada da noite, e alguém visse, sabia-mos que o pesqueiro seria invadido de pessoal, então opta-mos só pescar ali das 4 da manhã até ao sol raiar, consegui-mos manter segredo quase 2 anos e fazia-mos pescas de sonho.
   Esta semana o meu pai desafia-me para ir de madrugada como os velhos tempos, e assim foi, lá fomos para o tal sítio matar o vicio... e não é que mata-mos a chibata, que bem que me soube,:):):)

O meu pai apanhou uma que passou um quilo e fez lembrar as grandes fainas de antigamente de lulas quileiras, eu apanhei a mais pequena.

 

 

 Na segunda ronda eu apanhei outra boa, pelo menos volta-mos a sentir o gosto desta pesca que eramos vidrados, não o fazemos mais vezes porque o pesqueiro é de difícil acesso e o meu pai já não está para se chatear e poder-se aleijar, esta malta que proíbe tudo, não vê que faz com que as pessoas reformadas fiquem mais sedentárias e não se podem distrair com umas simples pescaria...

 

Desta vez foi a minha mãe que posou para a foto.

 

Nesta altura há outra arte que também ataco com força, é os polvos nas marés de lua, não tem sido como o ano passado, mas fiz uns a maneira, uma coisa boa é a quantidade de navalheiras de criação que há, nunca tinha visto uma coisa assim, mas ainda apanhei 7 boas em duas marés.

 

 

 

Petisco da ordem

 

Tenho apostado na pesca do robalo, e feito um surf casting noturno de vez em quando, mas ainda não dei com um tarolo de jeito, este foi o único que me calhou, e se há maneira de os comer é em caldeirada com um camarão xl e umas ameijoas brancas, uma fatia de pão caseiro frito por baixo, uiui, um dos meus pitéus de eleição:)

 

 

O surf este mês tem sido de gala, ondas excelentes por todo o litoral alentejano, e as armas andam sempre comigo na carrinha, prontas par ação, ou pesca ou surf, :):)

 

Os sargos trocaram-me as voltas, e os mares grandes não me deixaramm chegar onde quero, o melhor que fiz aos meus fieis amigos foram 3 de bom lote que me deram um gozo enorme a iça-los de uma falésia bem alta, a minha vareta ia indo para a reforma, :):)

 

 

Variedade de espécies, boas surfadas, belos petiscos, bons momentos de relax ao pé do mar, recordar o passado e sentir o seu cheiro no ar, é o essencial, para um bem estar e ter alguma qualidade de vida, é isso que importa e o que todos nós procura-mos nesta vida.

 

A todos boas fainas companheiros.