domingo, 5 de janeiro de 2025

Pesca variada

 Olá pessoal.

Como antigamente, dia chuvoso e invernoso era dia de relato, depois de duas ilhadas, que poderiam ser muitas mais descritas aqui, mas acho que é um pouco repetitivo, pois 80 por cento é sargos e mais sargos, vou publicar várias fotos de momentos bons para mim, esperando assim entreter a malta neste belo dia de Inverno.


Se todos nós temos o nosso quintal na pesca ou no surf, eu por acaso tenho vários que considero o meu quintal, apesar de passar meses sem ir a esses quintais, já passei lá muitas e boas horas, tanto pescando ou surfando, por normas esses sítios são bem pertinho de casa.

Muito da minha desmotivação para surfar, foi a invasão de surfistas por aqui, onde 90 por cento não respeita ou tem uma boa atitude quando entra num local seu desconhecido, entendo por vezes o localismo em certos sítios, o mar não é de ninguém, mas regras são importantes para manter o respeito.


Sargos ilhados são o meu forte no verão, como gosto de pescar em pedras diferentes, consoante as previsões, com a prancha é raro alguém me incomodar, tirando o pessoal da caça submarina, que por vezes se aproxima demasiado dos ilhotes onde estou, mas ultimamente até tem respeitado.


Já não me recordo se publiquei está foto, mas num dos meus cantinhos prediletos (quintal), onde devido as obras da expansão do Molhe leste aqui de Sines, agora quase não tem areia, já era o tempo que fazia praia no verão e pescava aos sarguinhos só para a refeição diária, que saudades, foi pena as santolas estrem fraquinhas, senão ia lá buscar umas 20 que deixei lá.


Como abriu a época, lá tive que começar a fazer uns petiscos, para quem pensa que percebes são todos iguais enganam-se, a qualidade varia de pedra e local onde se apanha.

Percebe bom é percebe que cozido não enruga e a parte oposta a unha é alaranjada, não muito grandes e largos, são mesmo marisco de alta qualidade, nem sempre se consegue apanhar percebe deste, como é normal.


Uma ilhada com brinde de dourada merece sempre foto, penso que foi o verão que apanhei mais douradas nas ilhadas.


Quando os sargo são fartura, tenho que aproveita-los de várias maneiras, fritos, grelhados, no forno ou até mesmo de caldeirada, se alguém que come o que apanha sou eu mesmo, com ajuda da horta do meu amigo e vizinho Vidal, tenho uma alimentação rica e saudável, tirando a cervejinha e petiscos :) que não é sempre claro.


Quando enfrento o mar, pois vejo mesmo assim as coisas, estar ali por vezes sozinho com mar grande é uma situação de paz, mas também de desconforto, pois ai vemos que basta um deslize para algo correr mal, somos um bago de areia naquela imensidão de água, neste dia até aquela nuvem intimidou-me:)


Por norma antes do Natal, costumo fazer umas marés ao povo, dantes abundava navalheiras, este ano as que vi ficaram lá para crescer, coisa rara não trazer uma navalheira, que pena mesmo apanharem tudo, sim porque se apanha muita navaheirinha pequena.

Por hoje é tudo, que seja um bom ano de pesca para todos, que agem com respeito e paixão ao mar, saúde:)

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Ilhada perfeita

 Pois é malta, desta vez continua a saga da ilha.

Com um dia quente no final do verão, volto a ilha do robalo, claro que nem voltei para caçar outro, voltei para apanhar uns sargos, pesca que parecia que iria ser chibateira, coisa rara nas ilhas no verão, mas a primeira hora de pesca nem um peixe senti, ilha grande e rasa, nem um peixe se via na espuma, o mar estava espetacular, sem vento e calor, parecia impossível não haver peixe.

Pesco quase sempre leve e bem raso, quase fora de água, muitas vezes apanho sargos em sítios que ninguém lançaria, acreditem mesmo, por vezes parece que conheço a pedra, que pesco a 15 anos, mas não pois apanho peixe para onde nunca tinha lançado, e como não sentia nada, lancei para uma parte mais funda, coisa que detesto por causa das choupas, safias e os vermelhinhos com nome feito.

E de repente, num mamar, dou a ferrada e começa uma boa luta, vi logo que era uma dourada já boa, tal era as cabeçadas consecutivas, desta vez encalho o peixe na traseira da ilha depois de a contornar calmamente, chibo já não era.


Uma douradinha nesta pesca sabe sempre bem, volto a lançar para o mesmo sítio, coisa que também não costumo fazer e atraco noutra logo de seguida, mais pequena, mas boa também, leva o mesmo caminho e rede com ela.

De seguida vou ao lado oposto da ilha e sem saber ler nem escrever, cravo outra do lote da segunda, bem mas vim aos sargos e só há douradas:)


Mas a coisa arrefeceu, foi mais uma hora sem sentir nem um peixe, a maré estava no pico da praia mar, e eu sei que muitas vezes, com a maré a escorrer para baixo os sargos resolvem comer, aguentei ali mais um bom bocado para a hora que poderia dar um peixinho.

A coisa começou a aquecer o do nada apanhei um belo sargo, coisa que se foi repetindo em cada lançamento que fazia para um único sítio especifico da pedra, estavam em fila a comer naquele cantinho, foi aproveitar ao máximo.


E que belos sargos todos entre o meio quilo e as 800 gramas, um lote bem bonito.

De manhã tinha ido ao marisco, que por acaso também o aproveito para iscar, muitas das vezes, pesco com percebes de boa qualidade, um percebe dá uma iscada, os sargos não se negam a um bom percebe:)

Costumo ver uns bons búzios de vez em quando, desta vez justificou traze-los já era uma boa teca, estavam todos numa única fenda da pedra.


O petisco hoje é lulinhas à Algarvia a minha maneira.

É caso para dizer, uma ilhada perfeita, eu pelo penos não peço mais.

Boas festas e um Bom Natal.



domingo, 8 de dezembro de 2024

Viva pessoal.
Já havia tempo que o blog estava adormecido, mas mesmo pensando em fazer uma publicação, perco a vontade para tal, reanima-se quando vejo as publicações de velhos blogueiros da pesca, que vão mantendo a tradição e me dão força para escrever.

Com o Inverno chegando e o defeso dos percebes, acaba a época quente do ano, tal como ilhadas e marés , marés essas que agora são feitas a apanhar uns polvos ou canivetes, e a prancha dá lugar ao barco.

Foi um verão com uns bons sargos, não muitos mas foi bastante positiva, num dia onde já tinha feito a enchente e tinha a rede composta com uma pesca bonita, quando recuperava a chumbica rapidamente para me pirar, pois no pensar era o último lançamento, atracasse um cabeçudo ao Anzol nº 2 com 0.21 no chicote e ceda 0.20.


 No momento, pensei de ter prendido na lage, mas uma cabeçada longa e uma sensação de nova prisão no fundo levou-me a crer de um peixe roubado, um bodião grandão ou uma salema, mas do nada ele arranca para o fundo.
Deixei-o ir, o drag por sorte estava bem solto e lá foi ele, tinha começado a luta que eu pensava que seria rápida, pois esperava partir a ceda rapidamente, 0.20 a roçar nas pedras, com um comboio destes ai pensei, robalo ou corvina, subi para a parte mais alta da lage, e fui curtindo a luta, bem vou curtir que a chumbadinha ao sargo nunca tinha visto a frágil cana vergar tanto... 


Os minutos passavam e o fio não havia hora de partir, para ajudar o mar tinha um belo toque, situação que ainda mais ajudava a pensar que este peixe nunca chegaria a mim, estive uns bons minutos a curtir e quando a linha já ia para o seu fim, apertei um bocadinho com o peixe para partir finalmente, ahahahahah, mas de repente fica um peso morto, forcei mais um pouco para partir e vejo um peixe comprido a tona de água, ai a uns 100 metros de mim, até me pareceu uma corvina, pois a água turva, o prateado tinha tom de amarelado.

Fui recuperando lentamente, e comecei a acreditar no milagre, ai numa sacudidela e abertura de boca, vi que era um cumprido robalo, que mesmo magro não deixava de ser a maior captura a chumbadinha aos sargos que faria.

Só pensei, vou morrer na praia, o mar esta com muita força e mesmo na parte traseira da ilha, onde costumo trazer os sargos grandes e por vezes as douradas a água corria muitíssimo e era arriscado, como vi que o peixe estava rendido, tinha também um anglo no fio que na zona onde estava, se conseguisse encalhar o peixe, o fio não iria a pedra, e sendo uma lage rasa, teria de fazer uma descida rápida para lhe pôr a mão, arrisquei neste pensamento e foi ali 10 segundos malucos, foi apertar com o peixe na espuma, este encosta a lage ,abrir a alça do carreto com peixe fora de água e ter um espaço de 5 segundos para descer e o agarrar o robalo e bingo, tinha um lindo peixe de 5 kg magro , pois se estivesse gordo a linha partia mesmo :)


Uma sargaria destas com o robalo em cima, é mesmo a cereja no topo do bolo.


Como é boa a vida na ilha, calma, calma.


Em terra por aqui também há sítios calmos, mas já foi bem melhor.

Com a pesca embarcada, pesco sempre com caranguejo, e volta e meio sai uma espécie nova para mim, mesmo pescando à muitos anos, há espécies que é raro nos calharem, o pargo sêmea e novo para mim.


 As cores deste pargo é espetacular, por vezes dá vontade de libertar estes peixes...
Enfim, são sacrificados pela lei da vida infelizmente, mas que me dá pena dá, uma contradição estranha de sentimentos, não sentia isso antigamente.

Quando saiu do Alentejo em direção ao Sul de Sul como diz um velho lobo do mar, por vezes vou ao lodo apanhar um dos mariscos do meu top 3 de eleição, ameijoa boa da Ria Formosa.


Como manda a tradição peço aos donos do Lodo permissão para a apanha de meia dúzia de ameijoas no quintal deles para matar saudades de um dos meus mariscos preferidos, no fim acabamos a comer uma Big tosta e a falar de pesca umas horas, com a idade a avançar, em vez de 10 ou 15, já ficamos por 3 ou 5 cervejolas... o que interessa é que a tradição se mantenha.


Força ai e boas fainas.

domingo, 12 de maio de 2024

Os dias longos

 Viva Pessoal.

Os dias longos do Ano estão ai, adoro isso, parece que um dia destes é igual a dois de Inverno, para a minha vida encaixa na perfeição, nesta altura do ano faço o que mais gosto neste mundo da pesca, marisco nas marés boas e pesco numa das 4 ilhotas que habito regularmente e sei bem onde posso dar com uns sargos de boa bitola.

De vez enquanto saiu do meu habitat natural e vou conhecer outras culturas e modos de vida, o Ano passado estive na Ilha do Sal em Cabo Verde, onde a vida apesar de muito simples e não haver a modernices que há aqui, era um destino que era capaz de ficar por muito tempo.


Praia de Santa Maria a principal do Sal, onde quebra uma ondinha rasa e rápida cheia  de putos e camones a aprender a surfar, aluguei uma pranchinha de espuma e fiz umas ondecas quase sempre dropinado, ahahahahahah.


Cabo Verde é sinónimo de peixe, grande parte da ilha vive da pesca. e do turismo claro.

A principal cerveja Cabo Verdiana... próximo post mostro mais umas fotos deste destino bastante agradável para desfrutar de mar e natureza.

Voando para Sines, a mesma praia parece mudar constantemente, não parece, mas não sou de tirar fotos, mas como passo muitas vezes aqui, principalmente ao fim de tarde, tiro uma foto porque me parece sempre diferente.

 Mariscar bem cedo, e depois pescar com percebe  na hora certa, na ilha certa é das coisas que me dá mais prazer na pesca, nesta altura do ano, começa a aparecer muito sarguinho pequeno, mas também aparecem umas douradas engraçadas, no meio disso costumo dar com uns sargos bons.



Vamos passar para a parte do petisco




Estes dias longos, dão mais apetite e tudo, mas o oposto dos dias longos, coisa que gosto muito é ir as lulas às cindo da tarde, visto bem todas a épocas do Ano tem as suas coisas boas e más, tirar o melhor partido delas é o que temos que aproveitar.


Despeço-me com uma pesca e uma lula de Inverno.



quinta-feira, 28 de março de 2024

Mariscar

Olá malta.

Estou de volta num dia de boa chuva e vento, que tanto faz falta, sempre  disse que o Inverno este Ano vinha mais tarde, e desta acertei.

A Praia de Sines é um bom refugio para quem quer matar o vicio da pesca, muito resguardada só ai 3 ou 4 vezes na vida não vi condições para pescar, imaginem a tempestade que estava, esta praia é guardada praticamente por dois pares de molhos, mas se a ondulação vier a direito dela, também sofre as consequências.

Por norma é uma praia que 80% dos dias dá para vir relaxar ao fim da tarde.

Contando algumas pescas ou marés, um dia de final do verão, já com muito pouco sítio para mariscar, (devido a mim e a muitos outros), fui ver uma pequena ilhota que desprezo por estar mais resguardada e ser muito pequena, também o perfil dela não perecia criar nada de especial, mas acabou por ser bem engraçada, aos poucos fui apanhando um marisco variado e pensei logo em fazer um almoço diferente.


Quando falo na dificuldade de encontrar percebes a partir de uma certa altura do verão, acaba por ser normal, devido a área aqui de Sines ser pequena e levar com mariscadores de Sines, Setúbal  e do Algarve, também há aqueles que mariscam e há aqueles que ceifam literalmente o que podem, e o culpado é aquele que marisca mais vezes "Eu" sim eu, sou o que marisca mais em Sines, porque posso, tenho tempo e decidi viver disto em conjunto com uns projetos que tenho relacionados com o mar.

Depois há aquela história que os profissionais dizem que os lúdicos dão cabo de tudo e os lúdicos dizem que são os profissionais, eu já estando dos dois lados, continuo com a minha teoria, nas ambas espécies, há quem estrague e há quem marisque e compra os limites

Também há que marisque e faça logo a escolha e há quem marisque e faça a escolha no fim, eu marisco e escolho, como é normal marisco mais tempo do que quem marisca e escolhe no fim, qual tem mais impacto negativo, não é difícil de perceber.

Cada um faz o que quer, como é óbvio e tem os seus princípios, foi um pequeno esclarecimento do meu ponto de vista em relação aos percebes.

Também costumo mariscar com 2 sacos à cintura, pois ao ir escolhendo, em vez de deitar fora os mais pequenos uso para pescar nos dias que se avizinham, a eles junto umas lapas e mexilhões, o resultado está na foto de cima, uns bons sargos e uma dourada para o forno.

Tento ao máximo ser autossustentável, o que é muito difícil claro, mas uso o método antigo de compra, troca por troca, com vizinhos assim o que posso pedir mais:)



Outra praia a porta que é ótima para o final de tarde relaxar é a Costa Norte de Sines, boa também para pescar na areia , para não falar nos dias de praia de verão sem ninguém, mas se houver alguém , também não é difícil arranjar um espacinho tranquilo.

Já aqui tinha falado da pesca da lula que tanto gosto de fazer, muitas horas perdi esta época com pouco sucesso, mas volta e meia apanhei uns tubos destes.

Para acabar, fui ter com os meus amigos marafadessss, O Mata Chibos e o Lobo do Mar, se o Mata Chibos alinhou logo nas cervejas, o Lobo só apareceu e saiu do Laredo, por causa das Big`s Tostas famosas  do local, Grande Papa Tostas, ahahahahah



Saúde.